TEXTO, TEXTUALIDADE E ENSINO

Na miscelânea das teorias, na miríade dos nomes e no caleidoscópio das ideias sobre ensino-aprendizagem de língua e literatura, há diversos caminhos possíveis. Este blog propõe esta discussão vista por diversos ângulos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um pouco do capítulo do II e III, apenas complementando as informações já postadas pelas colegas Jussara e Denise.

O texto traz uma abordagem complexa de conceitos como gêneros de discurso e dialogismo que destacam a importância de conceitos fundamentais do filósofo russo, Mikhail Bakhtin, que fez uma obra considerada como fundamental para as áreas da Educação e Linguagem.

O Dialogismo é um processo de interação entre os outros textos de dialogarem entre si, mostrando as diversas vozes presentes em um mesmo discurso, além de estabelecer a relação de um discurso e outro. Ou seja, é como se ouvíssemos sempre ao menos duas vozes, mesmo que elas não se destaquem no discurso. Dessa forma, o autor nos mostra a importância dos vários sentidos que esse conceito pode assumir.

Após ler diversas vezes o mesmo parágrafo, página, conceitos e até dicionário, compreendo que língua, enunciado e gênero do discurso estão totalmente relacionados para Bakhtin, pois, elas são ferramentas importantes para o bom andamento de toda e qualquer comunicação.

Assim, as diversas atividades humanas formam vários gêneros do discurso, que segundo Bakhtin resulta em “um tipo relativamente estável de um enunciado”. Além disso, o filósofo russo nos ensina que toda a nossa comunicação, ou seja, quando falamos, escrevemos e até gesticulamos são por meio dos gêneros do discurso. Assim, existe uma infinidade de gêneros, que muitas vezes usamos inconscientemente no dia a dia, como, por exemplo, nas conversas informais. No entanto, esses tipos de gêneros não param de se transformar, são atualizados sempre, já que tudo é modificado, seja pelos hábitos ou até mesmo pela tecnologia.

Dessa forma, com uma extensa infinidade de gêneros, Bakhtin classificou os gêneros do discurso em dois grupos: primários e secundários. Os primários são os gêneros da vida cotidiana, são predominantemente, mas não exclusivamente, orais. Relacionam-se com as situações comunicativas espontâneas, informais e imediatas, como, por exemplo, uma carta, piada, bate-papo, bilhete, conversa telefônica e etc. Já os secundários aparecem nas situações comunicativas mais complexas e elaboradas, como a jornalística, jurídica, religiosa, filosófica, artística, científica, entre outras, que são mediadas pela escrita.

Outra grande questão é que um texto pode passar de um gênero para o outro quando for colocado em outro contexto, ou seja, em outra esfera de atividade, como o autor José Luiz Fiorin especificou no exemplo da placa de trânsito.

Vivian Cunha

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