Somos texto. Nascemos e morremos lendo e produzindo textos. Não há nenhuma forma de conhecimento ou aprendizagem que não se dê por meio dos textos. Fora do texto não há vida. O universo é um grande texto em eterna construção.
Todo este aparente exagero textual presta-se ao grandioso serviço de resgatar a importância da língua em todas as relações humanas e, consequentemente, do professor de línguas.
Pensando em tudo isso é que não posso admitir que alguém acredite que ensinar português pode se reduzir a ensinar um conjunto de regras, dicas, receitas de como ler ou escrever bem. Não é possível reduzir a importância da aula de línguas sem reduzir a importância da própria língua e, com isso, reduzir a humanidade que habita em nós. Somos animais que pensamos e pensamos em uma língua e é na e com a língua que estabelecemos contato conosco e com os outros.
Ensinar português é, pois, ensinar a ser humano. É, pois, ensinar a pensar, a ler o mundo, os outros e a si mesmo. As regras, se há mesmo regras, só fazem sentido se auxiliam neste intenso encontro do homem consigo e com o outro.
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